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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

QUALIDADE DE VIDA


O conceito qualidade de vida (QV) é um termo utilizado em duas vertentes: na linguagem quotidiana, por pessoas da população em geral, jornalistas, políticos, profissionais de diversas áreas e gestores ligados às políticas públicas; no contexto da pesquisa científica, em diferentes campos do saber, como economia, sociologia, educação, medicina, enfermagem, psicologia e demais especialidades da saúde.


A qualidade de vida depende de vários factores, um deles é a saúde. Numa amostra representativa da população portuguesa constituída por cerca de 2500 pessoas, em 1995, os autores reportaram um número considerável de doenças crónicas: 46,0% Lombalgias; 40,3% Artrites; 34,3% Alergias e 28,4% Hipertensão.


Duas tendências quanto à conceitualização do termo na área de saúde são identificadas: qualidade de vida como um conceito mais genérico, e qualidade de vida relacionada à saúde.


Na área da saúde, o interesse pelo conceito de qualidade de vida é relativamente recente e decorre, em parte, dos novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as práticas do sector nas últimas décadas. Os determinantes e condicionantes do processo saúde – doença são multifatoriais e complexos. Assim, saúde e a doença configuram processos compreendidos como uma continuidade, relacionados aos aspectos económicos, socioculturais, à experiência pessoal e estilos de vida. Consoante essa mudança de paradigma, a melhoria da qualidade de vida passou a ser um dos resultados esperados, tanto das práticas assistenciais quanto das políticas públicas para o sector nos campos da promoção, da saúde e da prevenção de doenças.


No âmbito da saúde colectiva e das políticas públicas para o sector também é possível identificar interesse crescente pela avaliação da qualidade de vida. Assim, informações sobre qualidade de vida têm sido incluídas tanto como indicadores para avaliação da eficácia, eficiência e impacto de determinados tratamentos para grupos de portadores de agravos diversos, quanto na comparação entre procedimentos para o controle de problemas de saúde.


Outro interesse está directamente ligado às práticas assistenciais quotidianas dos serviços de saúde, e refere-se à qualidade de vida como um indicador nos julgamentos clínicos de doenças específicas. Trata-se da avaliação do impacto físico e psicossocial que as enfermidades, disfunções ou incapacidades podem acarretar para as pessoas acometidas, permitindo um melhor conhecimento do paciente e de sua adaptação à condição. Nesses casos, a compreensão sobre a QV do paciente incorpora-se ao trabalho do dia-a-dia dos serviços, influenciando decisões e condutas terapêuticas das equipes de saúde.


Não podemos esquecer um pormenor importante: a qualidade de vida relacionada com a saúde depende das nossas escolhas, dos nossos comportamentos, das nossas ideias e sensibilidade. Escolher o que é melhor para a nossa saúde, agora no futuro é escolher a melhor qualidade de vida no tempo que se segue.


Maria Macedo e Teresa Pinheiro.

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