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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Pé Boto


Nascer com pé boto significa nascer com uma má formação num, ou nos dois pés. Afecta 1 a 8 recém-nascidos em cada 1000, e varia entre vários graus de gravidade. Anualmente nascem entre 130 000 a 140 000 crianças com pé boto em todo o planeta.

As situações mais vulgares são ter o calcanhar virado para dentro e para cima, com o pé para baixo, ou ter o pé todo virado para dentro, num ângulo de 90º.

As causas podem ser de genética, ou de má posição dentro do útero da mãe (ex.: pés dobrados para dentro encostados à parede do útero). Estas más formações ocorrem 2 vezes mais em rapazes do que em raparigas, e em 50%, nos dois pés.


Tratamento

O tratamento deve ser iniciado logo após o nascimento, para apanhar o pé ainda sem o osso totalmente formado. Após os dois anos, a correcção é practicamente impossível.
Normalmente aplica-se gesso com a forma correcta do pé, durante meses, esperando-se que este adquira a posição normal.



Método de Ponseti

Segundo Ignacio Ponseti, menos de 5% das crianças nascidas com pé boto têm pés que não cedem ao alongamento e precisam de correção cirúrgica.

Este método consiste na anteriormente falada aplicação de gessos. Aplica-se um gesso novo mais ou menos de 7 em 7 dias, e o tratamento deve estar pronto em 2 meses. Apesar de normalmente resultar, em 95% dos casos ainda é necessário um pequeno corte no Tendão de Aquiles, para o pé evoluir correctamente. E normalmente aplica-se depois do gesso um aparelho chamado BAP, que consiste em duas botinhas ortopédicas ligadas uma a outra com uma tábua de plástico forte.
Eu própria nasci com este problema. Nasci com os dois pés como se vê na primeira imagem. No entanto, o meu processo foi bem mais simples: Tive de usar gesso, e usei-o durante três meses. Depois notou-se que a minha pele não reagiu bem ao gesso, por isso tirei-o, e, durante o Verão todo, a minha mãe fazia-me massagens, aconselhadas pelo ortopedista, nos pés. Quando acabou Verão, tinha os pés direitos, e o ortopedista concluiu que não precisaria de usar mais gesso, mas apenas umas botas ortopédicas para prevenir recaída. Não recorri a nenhum tipo de cirurgia e não voltei a ter problemas.

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