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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mas afinal é ou não uma doença?

Os campos eletromagnéticos rodeiam-nos a todos, eles permitem-nos falar ao telemóvel, navegar na internet, utilizar o micro-ondas… Para uns estas atividades são inofensivas, mas para uma pequena parte da sociedade estas radiações são danosas. Sintomas como dores crónicas, irritações cutâneas, dores de cabeça são sucessivamente mencionadas por aqueles que acreditam padecer deste transtorno. 5% dos habitantes dos EUA admitem sofrer de Hipersensibilidade Electromagnética (Electromagnetic Hypersensitivy – EHS).

Arthur Firstenberg é uma dessas pessoas. "Se entrar numa sala ou num edifício que tenha redes wireless, o primeiro sintoma é a parte da frente da minha coxa ficar dormente, se não abandonar o local, fico com falta de ar, dores no peito e a dormência muscular começa a espalhar-se”.



Diana Schou é um outro exemplo, afirma que há uns anos começou a notar uma vermelhidão na face, visão turva e dores intensas no peito quando entrava em contacto com as radiações. A solução que arranjou foi mudar-se para um habitáculo, chamado Gaiola de Faraday, que isola as radiações. As melhorias físicas foram imediatas, no entanto, não sentiu esta mudança como uma solução, pois começou a sentir-se “prisioneira”. Mudou-se, então, para uma região livre das ondas eletromagnéticas: Green Bank, na Virgínia ocidental. Desde que se mudou para esta localidade Diane admite viver melhor.

Luís M. Correia, engenheiro eletrotécnico de computadores, declara que não existem zonas livres de radiações, o que existem são locais onde estas são menores, visto que, para além das ondas produzidas pelo Homem, existem algumas que são enviadas pelo Sol e pela Terra. É aceite, porém, que Green Bank seja um local de baixo nível de radiações.

As pessoas que afirmam padecer de hipersensibilidade eletromagnética apresentam sintomas facilmente verificáveis, no entanto, ainda não está provado que seja uma doença.
A Organização Mundial de Saúde admite que os sintomas são genuínos, mas a EHS não apresenta critérios claros de diagnóstico e não há base científica que os ligue à exposição de campos eletromagnéticos.

Luís M. Correia tem o mesmo conceito “Ainda ninguém conseguiu provar que a Hipersensibilidade Eletromagnética existe. Muitas vezes é psicossomático. Existem muitos casos documentados de pessoas que quando veem alguém a montar uma antena de telecomunicações junto a casa começam imediatamente a ter dores de cabeça e a deixar de dormir bem…”.

O único país que reconhece a EHS como uma doença é a Suécia.

O primeiro estudo que pode provar a ligação direta entre as exposições eletromagnéticas e os sintomas da EHS está a ser realizado e consiste na exposição de uma pessoa que diz sofrer de EHS a uma série de campos eletromagnéticos, umas vezes verídicas e outras não. Este teste verificou uma série de sintomas como dores de cabeça e espasmos musculares quando era exposta às exposições reais e não detetou qualquer sintoma nas exposições falsas. Os investigadores concluíram que este conjunto de respostas conscientes não podia ser atribuído ao caso e anunciaram que a hipersensibilidade pode ser causada por campos eletromagnéticos de baixa frequência encontrados na natureza.

Fonte: Revista Pública, 16.10.11

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